SEGREDO
Para Karitha, minha menina,
Para Karitha, minha menina,
Com amor, da sua jewel audaciosa.
OoO
Fazia
algum tempo que eu estava sentado naquele sofá, atrás das câmeras,
num espaço onde ninguém mais costumava usar naquele horário. Uma
luz fraca tremulava o ambiente e havia um cheiro incomodo de álcool
metílico no ar, originado pela faxineira que estivera ali há algum
tempo.
Eu
deixei que meus olhos de fechassem, encostando-me mais no estofado do
sofá e fechando os olhos. Estava sendo um pouco difícil nos últimos
meses; horários apertados demais e pouco tempo pra um momento de paz
como aquele. A gente aprende a aproveitar cada brecha, em ocasiões
como aquela, para dormir. E era isso que eu pretendia fazer até
ouvir um leve click vindo da porta de entrada, seguido de passos
pesados.
Eu
não sabia exatamente quem esperava encontrar, porém não imaginava
que daria de cara com Eric quando abrisse abrisse os olhos. Ele
estava parado à porta – já fechada – e ele era uma figura alta
e imponente ali. De alguma maneira, me sentia pequeno diante dele,
pois apesar de todo o sucesso que Super Junior fazia, dentro de mim
éramos inexperientes e bebês perto de alguém como ele.
“Hyukjae!”
Eric exclamou saudoso e eu somente retribui timidamente o
cumprimento, sentindo-me estranhamente desajeitado no meu próprio
corpo. Os olhos de Eric me examinaram e seu semblante era sério, o
que somente ocasionou um leve frio na boca do meu estômago.
De
alguma maneira, eu gostava daquela maneira como ele me encarava. Não
havia a típica insegurança de garotos mais jovens, somente uma
confiança quase desdenhosa. De qualquer maneira, era diferente dos
tipos de homens que eu conhecia e isso me deixava estranhamente
desajeitado em sua presença.
“O
que está fazendo aqui?” Eric perguntou quase delicadamente
enquanto se sentava no sofá perto de mim, apoiando graciosamente o
tornozelo sobre um dos joelhos. Sua expressão era calma, porém eu
tinha certa dificuldade em conseguir transformar meus pensamentos em
palavras e devo ter o olhado com cara de retardado por alguns
segundos antes de finalmente responder.
“Nada.”
Disse simplesmente, me achando patético tão logo as palavras
escaparam de meus lábios. “Eu só queria um tempo de tudo aquilo.”
Expliquei, referindo-me a toda a confusão e gravações do programa.
Eric concordou com a cabeça e sorriu de um jeito que deixava claro
que ele entendia perfeitamente o que eu dizia. E ele de fato
entendia, pois também era um ídolo.
Senti
minhas bochechas meio quentes, mesmo sem algum motivo específico, e
era até meio patética a maneira como meus movimentos de repente
pareciam desajeitados demais; pesados demais. Eu queria travar alguma
conversa interessante, dizer que o admirava, que eu já havia lido
algumas entrevistas dele e que tínhamos gostos parecidos e pensávamos iguais em muitas coisas, porém as palavras perdiam-se
antes de encontrar caminho para fora de meus lábios.
Eu
tinha a leve consciência que estar interessado por alguém era
aquilo. Há quanto tempo eu não me interessava por alguém? Uma vez
uma amiga havia me dito que a melhor fase de um relacionamento era
aquela, quando havia somente a insegurança, os sorrisos sem
propósito e o frio na barriga, como se borboletas fizessem uma orgia
em seu interior.
Sorri
de leve com o pensamento e percebi que, de fato, concordava com ela.
Era uma sensação tão adolescentemente deliciosa e única! Deixei
meus olhos examinarem Eric demoradamente e concluí que as borboletas
dentro de meu estômago talvez tivessem mesmo um bom motivo para se
rebelarem, uma vez que Eric definitivamente era alguém interessante.
Talvez
fosse somente algum tipo de fetiche estranho que eu nunca me dera
conta ter até estar de frente para ele, isso de transar com um homem
mais velho. Eu imaginava como era transar com Eric e isso me deixava
inseguro e exultante, tudo ao mesmo tempo. Era algo que eu
definitivamente gostaria de experimentar, mesmo não sabendo se tinha
alguma chance.
“Recebi
alguns comentários odiosos depois do último episódio do programa”
Eric disse distraidamente, alguns minutos depois, e eu o olhei
demoradamente. “Aparentemente a notícia de que estávamos ..
próximos demais chegou ao público antes mesmo do programa ir ao ar.
Algumas fãs disseram que você amava o Donghae e que eu não tinha
nenhuma chance.”
“Elas
disseram isso?” Perguntei, ligeiramente divertido. Era estranho
pensar que minhas fãs cuidavam mais do meu relacionamento – ou não
relacionamento – com Donghae do que eu mesmo. Mas Donghae
definitivamente não era alguém que eu queria meter entre nós dois,
por isso somente balancei a cabeça e o afastei do pensamento,
sorrindo de lado para Eric e tentando pensar rapidamente numa
resposta.
“Elas
realmente shippam EunHae.”
“Elas
shippam EunHae por que é real?” Perguntou Eric, parecendo
de fato curioso, e eu somente balancei a cabeça, rindo com o
pensamento de que EunHae podia, de fato, ser real. Ele
entenderia exatamente o que eu iria querer dizer, pois ele também
era de um grupo só de homens e com certeza haviam fãs que torciam
para que ele ficasse com outro integrante. “Então você gosta de
mulheres?”
A
pergunta me pegou de surpresa e me vi sem resposta. Meu coração
acelerou um pouco e eu sorri sem graça, desviando os olhos quando me
vi incapaz de sustentar seu olhar. Ele me encarava como se pudesse
ler todas as coisas que eu estava pensando naquele momento; coisas
que resumiam-se no seu corpo empurrando o meu contra aquele sofá,
ambos sem nenhuma roupa.
Engoli
em seco e tentei pensar em qualquer outra coisa que não fosse
aqueles pensamentos desconcertantes. Mexi-me desconfortavelmente no
sofá, olhando a sala em volta, e o cheiro de álcool de alguma
maneira parecia ainda mais forte enquanto tentava normalizar minha
respiração descompassada.
“Eu
não entendi a pergunta.” Menti descaradamente e ele provavelmente
percebeu que eu estava desviando do assunto. Eric não era burro, eu
sabia. Estava claro, somente pelo jeito como eu ficava sem jeito em
sua presença, que eu não era cem por cento heterossexual. “Por
que você está com esse sorriso no rosto?” Perguntei quase
inocentemente quando notei que seus lábios se erguiam em um sorriso
quase maldoso.
De
alguma maneira, meu coração acelerou ainda mais quando ele se
levantou do sofá, roupas escuras e pele levemente bronzeada, os
olhos fixos nos meus e seu cheiro ainda mais forte conforme se
aproximava. Ele passou a língua nos lábios quando estava perto de
mim, sentado naquele sofá, pernas levemente afastadas. Eu o encarava
de baixo e por alguns segundos me dei conta que a posição em que nos encontrávamos era estranhamente obscena.
Abri
os lábios, meio sem reação, e de alguma maneira nunca estaria
preparado para as palavras que escaparam de seus lábios no momento
seguinte.
“Você
pode colocar meu pirulito na boca, se me aceitar.”
Minha
boca de repente ficou seca e senti como se estivesse vivendo numa
realidade paralela e aquele momento não estivesse acontecendo. Era
tudo estranhamente irreal. Eric estava mesmo me propondo o que eu
acho que estava? Eu me vi sem reação por alguns segundos até que
as mãos fortes e decididas dele adiantaram-se para o zíper da
própria calça. Em poucos segundos o tecido macio deslizava por suas
coxas e eu me vi excitado quando constatei que uma ereção nada
tímida desenhava o tecido branco de sua cueca.
Minha
boca quase inconscientemente buscou contato com aquele pedaço de seu
corpo quando os dedos experientes prenderam-se em meus cabelos, como
se me incentivasse a fazer tudo o que queria, mas o pudor me impedia.
Deslizei a língua pelo tecido macio, bem onde sua ereção
repousava, e fui retribuído com um gemido rouco e uma palavra
desconexa. Sua respiração descompassou e eu não tinha mais
paciência para joguinhos, até porque em breve seríamos chamados
para continuar a gravação.
Abaixei
a cueca dele sem nenhum receio, observando sua ereção exposta e
rosada que me chamou a atenção imediatamente e trouxe saliva pra
minha boca. Segurei sua cintura com uma das mãos enquanto usava a
outra para masturbá-lo, não me importando nenhum pouco em ser
rogado antes de colocar sua glande sensível na boca e chupar
devagar, provocando.
Senti
minha própria ereção latejar dentro da minha calça quando ele
empurrou minha cabeça contra seu membro totalmente duro,
enterrando-o na minha boca molhada. Ofeguei e soltei um gemido
abafado que somente serviu para causar uma vibração ainda mais
intensa em seu membro, fazendo Eric jogar a cabeça para trás e
gemer.
Eu
estava prestes a tirar sua ereção dos lábios e fazê-lo terminar
tudo aquilo da melhor maneira possível quando senti algo cutucar de
leve meus ombros. Por alguns segundos pensei que fosse Eric, porém o
momento parecia estranhamente distante e aquela imagem parecia estar
fugindo e então abri os olhos, como se tivesse passado muito tempo
embaixo d'água e finalmente voltasse à margem.
“Você
estava sonhando com alguma coisa?” Ouvi a voz de Donghae bem perto
de mim. Ele estava sentado ao meu lado no sofá, uma das mãos na
minha coxa, fazendo um carinho leve. Um sorriso desenhava seus lábios
perfeitos. “Você tava dormindo tão gostoso que estava quase com
pena de acordar você, mas precisamos ir pro dormitório. Desculpa a
demora pra vir te buscar, mas me prenderam na gravação do drama pra
refazer uma cena.”
Donghae,
meu namorado, havia ido me buscar no estúdio de gravação e eu
acabara pegando no sono. Alguns metros de distância, um faxineiro
noturno estava limpando alguns itens com álcool e o cheiro era
forte, fazendo-me torcer o nariz. Donghae me olhava com expectativa,
esperando que eu finalmente saísse do meu estado letárgico e
levantasse para ir embora.
Meu
Donghae, o homem que eu mais amava no mundo e que jamais trairia me
olhava com seus olhos bobos e inocentes, um sorriso leve desenhando
seus lábios avermelhados. Senti-me quase culpado pelo sonho que
estava tendo com outro homem, porém não era real e isso que
importava. Não podia controlar com o que sonhava, afinal.
Estava
pegando minha mochila para ir embora com Donghae quando me virei e
Eric apareceu no meu campo de visão. Quase deixei um grito de susto
escapar dos meus lábios enquanto ele somente sorria quase
sapecamente e me olhava como se tivesse aprontado alguma coisa
errada.
“Eu
consegui roubar alguns pirulitos do set de gravação.” Disse-me,
colocando alguns na minha mão, que apressadamente aceitei e coloquei
na mochila, minhas bochechas rapidamente ganhando um tom rosado.
Donghae não pareceu perceber meu constrangimento enquanto andavámos
em direção ao estacionamento.
“Quero
o pirulito do Eric, Hyuk-ah.”
Quase
me engasguei com minha própria saliva antes de me dar conta do que
Donghae falava. Senti como se pudesse pegar fogo a qualquer momento e
abri minha mochila displicentemente, tentando mostrar naturalidade.
Donghae
nunca descobriria sobre aquele sonho, afinal. Era um segredo só meu.
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