Prismático

1/15/2014




"Estava apaixonado.

Ele havia se apaixonado por todas as cores de Sehun. Ele colecionou todas as suas matrizes, todos os seus tons. Jongin apanhou todas as cores do melhor amigo e agora se sentia como em um caleidoscópio.


Sentia-se prismático. Louco. Apaixonado. E, acima de tudo, convencido de que aquele era o melhor momento da sua vida. Ele conhecia o amor, as formas que amor possuía. Conhecia a história que ninguém gostava de contar. Enquanto sentia os beijos de Sehun, enquanto tocava sua pele macia e pálida, eram infinitos e inconsequentes. E a inconsequência era sinônimo de felicidade para Jongin. Naquele dia, quando tinha milhões de sonhos dentro do bolso, era feliz. Era feliz na forma mais pura que poderia existir. Estava sem um tostão no bolso, mas estava feliz de uma maneira perturbadoramente sincera."
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Sweet Yixing (KrAy)





Sweet Yixing


Pequenos flocos de neve aglomeravam-se no parapeito da janela daquele apartamento apertado e quente do décimo quinto andar. No sofá, com um óculos escorregando no nariz e um livro grosso nas mãos, Yifan tentava se distrair com a matéria que cairia na prova da próxima semana, mas era difícil conseguir focar cada uma daquelas letras, que começavam a não fazer sentido, quando um barulho insistente de panelas, colheres, liquidificador e uma sorte de coisas vinha da cozinha. E Yifan soube, antes mesmo de se aproximar, que Zhang Yixing, o garoto com quem dividia o apartamento, estava novamente tentando cozinhar.

Tentando cozinhar era o termo certo, porque havia um abismo entre tentar e conseguir. Yixing constantemente tentava cozinhar e as coisas que tentava fazer nunca davam certo, porque além de gastar ingredientes que vinham unicamente do bolso do mais velho, o menor bagunçava a cozinha inteira e sujava louça que o outro não usaria nem em uma semana fazendo todas as refeições sem lavar nenhum prato. Mas Yifan nunca realmente reclamava daquilo, porque Yixing era tão doce e gentil que sentia-se incapaz de adverti-lo de qualquer coisa que fosse. Principalmente quando ele parecia tão concentrado em tentar fazer com que tudo saísse perfeito.

Com um suspiro, o loiro fechou o livro e se levantou do sofá para ir à cozinha ver o que seu colega de apartamento estava tentando fazer daquela vez. E, ao encostar-se no batente da porta, quadrilhou o garoto que estava com fones de ouvido, provavelmente sequer tendo alguma noção do barulho que fazia enquanto mexia alguma massa dentro de uma bacia, os quadris sutilmente se remexendo ao som da música que ouvia, os lábios movendo-se delicadamente enquanto cantava meio preguiçosamente, os olhos baixos e concentrados no que fazia. Uma das coisas que Yifan mais achava adorável no outro era a maneira como fazia biquinho ao falar, os lábios macios, delicados, que pareciam feitos para serem mordiscados, naquele biquinho adorável e desconcertante. Era quase preocupante o quanto gostava das pequenas coisas de Yixing. Aquelas pequenas coisas que o tornavam perfeito.

Havia uma trilha de farinha de trigo em sua bochecha macia, e mesmo com o frio que fazia do lado de fora o menor não usava nada além de uma camiseta branca e calças largas de moletom, tão confortável que era como se pedisse para que Yifan o abraçasse por trás e enfiasse o rosto na curva macia do pescoço – mesmo que não fosse exatamente uma boa ideia, porque respirar no pescoço de Yixing era como pedir para que ele largasse aquela bacia com massa no chão e agarrasse o balcão da cozinha para gemer e se afastar, completamente chocado pela audácia dos toques. Ele sempre ficava encantadoramente surpreso quando alguém respirava próximo ao seu ponto mais sensível. Ele era assim, lindo e sensível com seus trejeitos irresistíveis.

Demorou muito tempo até finalmente perceber que estava sendo minuciosamente observado e, ao olhar para Yifan, seus olhos arregalaram-se adoravelmente. O que não era para menos, porque o mais velho estava ali mais tempo do que seria aconselhável somente para ficar olhando-o como se nada no mundo fosse mais importante – como se não tivesse milhares de capítulos para estudar, ou trabalhos da faculdade para fazer ou aquele seu programa preferido que estava passando na TV para assistir. Mas ele esquecia-se de tudo quando estava na presença do outro e, quase sem perceber, se aproximou e circundou sua cintura estreita com os braços, absorvendo feliz seu ofegar surpreso pelo gesto espontâneo e inesperado de afeto. Tomando cuidado para não chegar perto do seu pescoço, beijou a bochecha bem onde havia a trilha de farinha. Por causa da bacia entre eles, não conseguia colar seus corpos completamente, mas isso não impediu que a aproximação fosse bem-vinda e deliciosamente atrativa.

– O que houve com você? – Perguntou baixinho, em um sussurro que fez com que aquele biquinho adorável se formasse em seus lábios e Yifan, sem resistir mais, colou a boca à dele, roubando daqueles lábios um suspiro que cheirava a chocolate que ele provavelmente experimentara para fazer o bolo. Eles eram companheiros de quarto e, além disso, namoravam há quase um ano. Era engraçado que em tão pouco tempo Yifan já soubesse que Yixing era tudo o que ele sempre quisera.

– Eu só queria dizer que amo você. – Riu-se Yifan, sentindo-se estranhamente sem jeito. Ele não costumava proclamar seu amor assim, daquela maneira espontânea e sem uma verdadeira razão. Na verdade, ele havia dito que amava Yixing pouquíssimas vezes e isso para ele costumava ser suficiente. – Mesmo que você sempre insista em cozinhar quando nunca dá certo e deixe toda a sujeira pra mim.

Yixing torceu o nariz graciosamente antes de afastar a bacia entre eles e jogá-la sobre a mesa, para então passar os braços em torno do pescoço do mais velho e ficar na pontinha dos pés para colar os lábios novamente, delicadamente e pacientemente. Antes de inventar de cozinhar, Yixing estava dormindo – ele sempre estava dormindo, Yifan perdera algumas horas naquele ano perguntando-se de onde ele tirava tanto sono – e por isso seus olhos rasgados estavam levemente inchados, contornados de um vermelho pálido, e os reflexos mais lentos e preguiçosos do que costumavam ser normalmente.

Contra sua boca, ele sussurrou “eu te amo, também” antes de morder seu lábio inferior, prendê-lo entre os dentes e puxar em uma provocação calculada. As mãos de Yifan apertaram com ainda mais força a cintura delicada e, suspirando contente, Yixing virou-se no abraço para voltar a mexer a massa com a colher de pau. Sorriu ao sentir a mão de Yifan sobre a sua, ajudando-o a chegar ao ponto perfeito para o bolo. A respiração dele contra sua orelha era uma provocação constante, o perfume masculino que desprendia da sua pele uma tentação implícita, mas o menor gostava de tudo aquilo.

Olhou para as mãos juntas e mordeu o lábio inferior. A mão de Kris era quase vergonhosamente maior e fazia com que a mão de Yixing parecesse como a de uma criança, completamente envolta à enorme do namorado. E Yifan, atrás dele, mesmo que jamais fosse confessar, achava aquilo adorável como todas as outras coisas em Yixing.
O bolo deu errado, mas era o que menos importava para os dois. Afinal, eles haviam dado certo, e aquela era a melhor receita.




Quando Yifan terminou de arrumar toda a cozinha – lavar a louça, limpar a sujeira que o namorado fizera no chão e na pia da cozinha, além de guardar todos os ingredientes e levar o lixo para fora – pensou que encontraria o namorado esperando por ele, depois de tomar banho. Tomar um banho sempre era a desculpa perfeita para que Yifan ficasse com os deveres domésticos, que Yixing tanto odiava fazer. Porém, quando encontrou Yixing no quarto dos dois, ele estava dormindo novamente. Yixing tinha tanto sono que talvez devesse começar a ser preocupante. Ele estava tão esparramado na cama de casal que era quase impossível que Wu Fan, grande como era, conseguisse se acomodar ao seu lado sem acordá-lo. E ele dormia tão bonito, com os cabelos molhados e bagunçados espalhados pelo rosto, as mãozinhas pequenas segurando delicadamente o travesseiro e os olhos fechados tão calmamente...

Com um suspiro, o mais velho pegou o travesseiro e um edredom, fazendo o mínimo possível de barulho, e após cobrir o namorado, apagar as luzes e fechar a porta com delicadeza, jogou-se no sofá da sala.

Era meio desconfortável, mas por ora era o que tinha. Já havia desisto de estudar ou fazer algum dos trabalhos, então ligou a TV e esperou o sono chegar. Do lado de fora da janela de vidro, flocos de neve caíam com delicadeza, alguns grudando-se no vidro, aglomerando-se no parapeito.

Yifan adorava a neve. Era lindo, mesmo que pudesse ser devastadora. Neve o lembrava de Yixing. Na penumbra, a única luz vinha da TV ligada, em um brilho calmo e contínuo. Mesmo sem erguer os olhos, ao ouvir o som de passos percebeu que Yixing acordara. Quando virou-se no sofá, em direção ao corredor que dava para o quarto, ele andava em sua direção, com os olhos cheios de sono e um lençol arrastando-se no chão. Ele sorriu e Yifan, percebendo suas intenções, afastou-se um pouco para que Yixing conseguisse rolar até se deitar do seu lado, entre o encosto e seu corpo. Ele estava quente e o cheiro de banho recém tomado desprendia-se da sua pele e dos seus cabelos ainda úmidos com uma intensidade embriagadora. Sentia-se bêbado naquele aroma.

Apertado ali, entre Yifan, Yixing acomodou-se ao corpo quente do namorado, apoiando o rosto no peito firme e suspirando quase inaudível. Naquela posição, sua bochecha ficava meio apertada e seu olho espremido. O maior sorriu gentilmente e passou a mão em sua bochecha livre, e o mais novo ronronou, esfregando o rosto naquele afago.

– Eu não gosto de dormir sem você. – Yixing murmurou baixinho, a voz meio rouca por causa do sono. – ‘Tá frio, nós precisamos esquentar um ao outro.

– Mas você estava ocupando a cama inteira e eu não quis te acordar, você estava dormindo tão gostoso, xiao. – Yifan sabia que o namorado adorava quando o chamava daquela maneira. Xiao significa pequeno em chinês.  E o seu xiao pareceu emocionado com as palavras do namorado, pois um sorriso caloroso nasceu em seus lábios finos e, apoiando uma das mãos no peito dele, inclinou-se até encostar os lábios, dando um beijo demorado e molhado no mais velho. E o maior comprovou de novo o quão gostoso era morder aqueles lábios macios, o quão maravilhoso era tê-lo entre os dentes e que era melhor ainda sentir a língua dele na sua sem receio ou medo, preguiçosamente os envolvendo naquele clima sensual.

– Você queria mesmo só dormir comigo? – Yifan perguntou quando as mãos de Yixing intrometeram-se dentro da camiseta do maior, arranhando sem força o abdômen firme com unhas curtas. O loiro gemeu de leve, o corpo contraindo-se em um arrepio involuntário, e seu xiao riu baixinho, ondulando sensualmente o corpo até que uma das pernas do mais velho estivesse entre as suas.

– Acho que nós podemos fazer algumas outras coisas tão interessantes quanto dormir. – Yixing sussurrou contra seu ouvido e Yifan, em um movimento carregado de cuidado, deitou Yixing totalmente no sofá apertado para ficar em cima dele, afundando os joelhos no estofado, um de cada lado do namorado. Abaixando o corpo, capturou os lábios macios e o fez retribuir um beijo calmo, carregado de sensualidade. Yifan afastava os lábios antes que Yixing pudesse aprofundar o beijo, deixando-o levemente frustrado, e então beijava seu queixo, o ângulo entre a orelha e o maxilar, e então voltava novamente até os lábios, capturando sua língua e a chupando em um prelúdio do que poderia fazer em outras partes do corpo abaixo do seu.

Não havia pressa, somente a necessidade urgente e a vontade crescente que fazia com que Yixing erguesse o quadril, seus olhos levemente vermelhos fechando-se delicados e pacientes, os lábios abertos em gemidos mudos e sensações que eram maravilhosamente intensas. Yifan, encantado com a maneira como o namorado parecia completamente entregue às suas investidas, tirou a camiseta do corpo pálido, desnudando o tronco e deliciando-se em passar a mão pelos músculos tensos, sentindo na ponta dos dedos a pele macia se arrepiar. Yixing era adoravelmente sensível e arrepiava-se com uma facilidade deliciosa. Seu membro já era um volume indisfarçável de ereção na calça de moletom, e descendo os dedos pela pele quente, passou a língua na clavícula funda, contornando o osso saliente com a língua e sentindo o gosto dele que tanto gostava.

Com uma delicadeza atípica, porque geralmente era meio bruto quando transava com Yixing (era difícil se controlar quando o namorado era tão tentador), desceu os lábios até a barriga firme, distribuindo beijos e mordidas e chupões, sentindo os dedos do menor fecharem-se de encontro aos seus cabelos, puxando os fios com delicadeza, como se precisasse de algum ponto de estabilidade para conseguir se controlar. Yifan conseguia sentir o membro de Yixing tocando seu peito, principalmente quando o moreno erguia o quadril em movimentos involuntários, querendo sentir mais daquelas sensações de alguma maneira. E atendendo aos pedidos silenciosos do namorado, o mais velho desceu ainda mais os lábios, mordendo um dos ossos ilíacos marcados do quadril antes de delicadamente roçar uma das bochechas no volume indiscreto que marcava a calça de moletom, onde uma mancha úmida já havia se formado onde descansava a glande.

Sorriu quando sentiu o corpo menor fremir, os músculos do abdômen se contraindo e os olhos fechando-se contra a vontade. Com paciência, Yifan roçou os lábios no membro ainda coberto, em uma provocação que fazia com que o namorado segurasse seus cabelos com ainda mais força. Mas Yifan queria que daquela vez queria fazer tudo com calma, saboreando cada sensação, cada íntima reação do corpo abaixo do seu. Assim, delicadamente abaixou os restantes das roupas do seu xiao até tê-lo completamente sem roupa.

            Suspirando, ergueu o tronco para poder observá-lo.

            Deitado no sofá completamente nu, Yixing era perfeito. Suas bochechas estavam coradas, seu corpo contraído, seu membro teso encostando-se no abdômen onde uma poça de pré-gozo molhava a pele pálida. Seus olhos semiabertos o fitavam, os lábios abertos em busca de uma quantidade ar cada vez maior enquanto erguia o quadril, silenciosamente insinuando-se para Yifan, como se implorasse para ser tocado, para que o maior acabasse de uma vez com aquela tortura e lhe desse o que mais precisava naquele momento. E Yifan nunca antes conseguira negar algo para o namorado.

            Com delicadeza, separou as pernas de Yixing e deslizou o corpo sobre o dele até capturar a glande túrgida e úmida entre os lábios, sugando com força, arrancando qualquer resquício de sanidade que ele ainda pudesse ter. Um grito rouco escapou dos lábios finos, fazendo com que Yifan sentisse pequenas fisgadas de desejo vindas de algum lugar desconhecido dentro de si mesmo. Sentir o gosto dele em sua boca e saber o que causava nele era maravilhoso, e fazia com que seu próprio membro latejasse dolorosamente dentro da calça do pijama. Mas não poderia dar atenção as suas próprias vontades naquele momento, pois estava concentrado em dar desejo ao seu namorado. Sabia do que ele gostava, conhecia todos os seus pontos sensíveis, e com um sorriso imperceptível por estar com os lábios cheios de Yixing, ergueu uma das coxas pálidas e a colocou sobre seu ombro, sem deixar brechas para que o outro pudesse reclamar, e então começou a roçar os dedos delicadamente entre as nádegas, intrometendo um dedo para dentro da parte sensível.

            O moreno remexeu o quadril e a boca de Yifan afundou-se mais no membro teso, chupando com vontade, deixando a glande tocar sua garganta. Com calma, começou a movimentar o dedo dentro do corpo quente, acostumando-o ao que estava por vir, ouvindo-o voltar incoerências, seu nome sendo chamado sem pausas, como em um mantra; seus cabelos sendo puxados como quem não tem controle sobre si mesmo. E Yifan gostava de tudo aquilo. Gostava de deixar o namorado sem controle nenhum, sem qualquer pensamento que não fosse a vontade de ter Yifan dentro de si. E toda a vontade pareceu avolumar-se ainda mais dentro do menor quando Yifan inseriu mais um dedo em seu inferior, pressionando acidentalmente seu ponto mais sensível. A cabeça de Yixing foi para trás, completamente tenso e submisso, sua garganta sendo cortada por um grito que lembrava um grunhido, e seus quadris ergueram-se no ar, empurrando-se de maneira inconsciente ainda mais na boca que o engolia.

            – Xiao, você quer agora? – Sibilou Yifan.

           – Agora, por favor. – Yixing gemeu quase manhoso, seus braços erguidos acima da cabeça para segurar em qualquer coisa que pudesse lhe dar alguma estabilidade. A respiração ofegante do menor bateu contra o pescoço de Yifan quando este se ergueu para ficar novamente em cima do namorado, e as pernas de Yixing abriram-se voluntariamente, se oferecendo sem resistências. Com o semblante sério por causa da tensão sobre seus ombros e a tensão em seu membro teso, o maior abaixou as roupas o suficiente para que seu pênis escapasse da prisão quase dolorosa, impaciente demais para conseguir tirar a roupa inteira. – Eu quero tanto você, tanto... – Sussurrou contra seu ouvido.

            Em uma provocação calculada, Yifan começou a entrar em Yixing ao mesmo tempo em que afundava o resto no pescoço do menor, aspirando o cheiro de banho recém tomado da pele que tanto gostava. Sentiu Yixing tremer inteiro em seus braços, seu corpo tendo um espasmo tão violento que o fez afundar-se ainda mais no membro que o invadia. O gemido que escapou dos lábios de Yixing foi quase violento, o corpo inteiramente sensível enquanto, inacreditavelmente, gozava.

            Surpreso, Yifan se afastou para observar o membro do menor contraindo-se enquanto ele gozava intensamente, sujando o próprio abdômen liso e apertando Yifan quase dolorosamente dentro de si, que já havia estava completamente envolvo no calor sufocante.

            – Ahhh, ahhh, por que você fez isso? – Yixing perguntou entre ofegos, os olhos levemente arregalados em surpresa.

            – Eu não acredito que você gozou só porque respirei no seu pescoço. – Yifan disse, observando a expressão congestionada do namorado quando começou a mover os quadris, arremetendo dentro do seu corpo com delicadeza e fazendo-o jogar a cabeça para trás, pronta para mais uma vez. – E eu pensei que não dava pra te desejar mais, por que você sempre tem que ser tão perfeito?

            – Ahh... – Yixing gemeu, abrindo mais as pernas quando o namorado voltou a deitar sobre ele e encolhendo-se, como se para proteger o pescoço dos lábios do namorado. Balançando a cabeça, Yifan beijou sua bochecha, deslizando os lábios até o queixo antes de voltar a capturar os lábios macios entre os lábios e aumentar ainda mais a intensidade das estocadas dentro do corpo apertado, sentindo-o se contrair deliciosamente em torno do seu membro teso. – Mais forte, por favor, mais fundo... ahh, tão bom...

            Yifan nunca negava nada ao namorado.

            Firmando as mãos nas coxas pálidas, investiu com ainda mais força contra o corpo abaixo de si, sentindo os gemidos do Yixing se tornarem mais altos, mais indecentes quando o menor afastou a boca da sua, sendo incapaz de continuar retribuindo ao beijo. A mão de Yifan, grande e masculina, envolveu a nova ereção do menor e o masturbou com força, fazendo-o apertar ainda mais intensamente seu membro dentro de si. Depois do orgasmo, Yixing estava ainda mais sensível.

            Aos olhos de Yifan, tudo não passava de cores confusas e sensações entorpecentes. Nada mais importava além de Yixing, apertando-o quase dolorosamente, nada além dos gemidos que cortavam o silêncio e faziam-no ter vontade se arremeter com ainda mais força, dos seus próprios lábios saindo gemidos que tentava, sem muito sucesso, controlar. Mas era difícil qualquer tipo de controle sobre si mesmo quando as unhas curtas de Yixing arranhavam suas costas, e os lábios macios e quentes deslizavam por seu pescoço, provando a pele levemente salgada de suor, mesmo que do lado de fora estivesse nevando.

            Com um suspiro alto, percebeu que estava próximo do fim, e apertando ainda mais o membro de Yixing entre os dedos e o masturbando com força, pediu, em sussurros, para que Yixing gozasse para ele novamente. E o menor se deixou levar, sendo minuciosamente observado pelo namorado, que adorava sua expressão de orgasmo, o jeito como ele mordia os lábios e jogava a cabeça para trás, deixando o pescoço pálido e imaculado completamente à mostra, e naqueles momentos Yifan sempre sentia uma vontade violenta de marcar a pele, e sempre o fazia, tornando o orgasmo do namorado ainda mais intenso, fazendo-o se contrair inteiro e apertá-lo dolorosamente. Com um riso soprado, Yifan sentiu em sua mão o orgasmo do namorado e, estocando mais algumas vezes quase sem controle, deixou-se esvaziar dentro dele.

            – Você ainda vai me deixar louco. – Yixing sussurrou, quando já conseguia respirar novamente. Preguiçosamente, o menor pegou a camiseta que estava pendurada no sofá e a vestiu, passando as mãos pelo cabelo e aconchegando-se novamente no peito de Yifan, a bochecha apertada contra o tecido macio da camiseta que ele sequer tirara. – Mas sabia que eu gosto disso? Na verdade eu gosto de tudo em você.

            Sorrindo, Yifan assentiu brevemente com a cabeça, mal notando a letargia do outro.

            – Eu te amo, Yixing, eu te amo tanto...

            Mas Yixing não ouviu, pois já estava dormindo. E sorrindo, Yifan balançou a cabeça. Aquele era seu xiao, afinal.
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LayHan, À Mão

1/11/2014

À Mão

Do lado de fora, as nuvens desmanchavam-se em chuva. Sentado na beirada da cama, com os olhos coçando de sono, Zhang Yixing soltou um suspiro inaudível quando olhou para os horários das aulas que fixara em um mural preso na porta do seu quarto. Se fosse qualquer outro dia, teria resmungado alguma coisa, inventado uma mentira qualquer para seus pais e então se arrastado de volta para a cama – como provavelmente todos os seus colegas fariam. Mas, naquele dia em especial, teria aula com seu professor preferido de matemática e por mais que dissesse para si mesmo que não seria uma boa ideia pegar três ônibus para chegar à escola com aquele tempo, não conseguiu se convencer a permanecer na cama por mais tempo.

Pulando de um pé para o outro – em uma tentativa inútil e meio ridícula de se aquecer – andou até o banheiro, arrancando as roupas pelo caminho e ligando a ducha no mais quente que conseguiu. Olhou para o reflexo no espelho e gemeu quando notou seu estado lastimável. Os cabelos estavam desgrenhados, o rosto amassado e, droga, havia nascido outra espinha em seu rosto. Sentiu vontade de espremê-la, mas sabia que iria piorar a situação caso tentasse. 

Estava passando pela típica fase que todo adolescente da sua idade passava. A fase em que a mão não desgrudava do próprio pau e que espinhas nasciam em seu rosto e que tinha sérios problemas para definir sua personalidade e, como se não bastasse, sua autoestima estava não maltratada que o próprio Yixing sentia pena de si mesmo. Não era popular na escola e muito menos entre as garotas. Não era o mais inteligente da turma e não se destacava nos esportes. Era simplesmente ele. Zhang Yixing, aquele que ninguém sabia o nome ou se importavam em perguntar. Mais um aluno chinês em meio a tantos outros. E mesmo que não se importasse realmente com nada daquilo, às vezes gostaria mesmo de ter algum reconhecimento em qualquer coisa que fosse, por mais ínfima que fosse.

E isso às vezes acontecia quando estava com seu professor de matemática.
Não que Lu Han desse alguma atenção a mais à Yixing, desfavorecendo os outros estudantes – ele era contra o favoritismo – mas o moreno sentia que entre os dois havia alguma ligação diferente, uma ligação que o professor não compartilhava com ninguém além dele. Isso o deixava imensamente orgulhoso de si mesmo, porque pela primeira vez se sentia compreendido por alguém.

Por ser muito jovem, Luhan raramente tinha alguma autoridade sobre os alunos para quem dava aulas – às vezes, de algumas garotas que não eram cegas e reparavam no quanto o professor era bonito. Mas Zhang Yixing sempre estava lá, prestando atenção em suas palavras de uma maneira quase religiosa, absorvendo cada uma das suas conversas e dos seus ensinamentos em uma confiança cega e admiração febril.

E não perderia uma aula de Luhan por nada. Nem que precisasse se molhar inteiro, literalmente. Porque sabia que, no fim, valeria a pena.

oOo

Assim que chegou ao portão do colégio e atravessou todo o corredor em direção a sua sala de aula, esbarrou com os colegas de turma. Vislumbrou, por cima dos ombros de Jongin, Luhan sentado em sua cadeira com a cabeça baixa e os pensamentos aparentemente longes.

“Quase ninguém veio por causa da chuva. Teve inundação por causa da chuva do outro lado da cidade e quem mora por lá ficou preso. Nós decidimos ir embora, não tem como haver aula com quatro estudantes.” Jongin explicou, pronto para voltar para a casa.

“Mas o professor está na sala!” Indignou-se o garoto, cruzando os braços no peito e apontando para a sala. “Se ele está lá, obviamente é porque quer dar aula.”

Jongin deu de ombros, franzindo levemente o cenho antes de ajeitar melhor a mochila nas costas. Yixing estava com as calças ensopadas, o tênis encharcado e as meias tão molhadas que chegava a se tornar incômodo. Tinha a impressão que se molharia menos caso tivesse saído de casa sem um guarda-chuva.

“É você quem sabe.” Disse Jongin simplesmente, dando de ombros. “Eu vou é voltar para a minha cama. Boa sorte com cálculos matemáticos, porque eu os dispenso.”

Yixing observou Jongin se afastar, estupefato. Jogou o guarda-chuva no corredor para não molhar a sala de aula e mordeu o lábio inferior quando Luhan ergueu o olhar para ele e sorriu aquele sorriso que era o favorito de Yixing. Ele parecia surpreso por algum aluno ter entrado e deixou aquilo transparecer em um arregalar adorável de lábios. O mais novo era o único na sala de aula.

“Olá, professor.” Yixing disse meio sem graça e coçou a nuca logo em seguida. “Você está bem?”

“Eu estou bem.” Luhan respondeu, fazendo um gesto para que Yixing se aproximasse e se sentasse na primeira carteira, em frente à mesa do professor. “Você aparentemente é o único disposto a estudar matemática às 7h da manhã de um dia em que o mundo parece que vai acabar. Acho que isso te dá um ponto adicional nas provas finais.”

“É.” Yixing concordou, sorrindo todo covinhas. “Eu acho que eu mereço algum incentivo por isso.”

“Mas não conte para ninguém.” O professor anotou alguma coisa na caderneta e então olhou para Yixing, entrelaçando os próprios dedos sobre a mesa. Desconfortável com o olhar do outro, o moreno chutou a mochila para baixo da mesa e desviou o olhar, pigarreando enquanto sentia o rosto meio quente em embaraço. “O que vamos fazer? Eu não posso passar matéria já que você é o único estudante.”

As coisas que passaram na cabeça do estudante eram tão erradas que seu rosto esquentou ainda mais. Gaguejou um “não sei” baixinho, tocando a própria bochecha.

“Para a nossa sorte, eu sabia que ninguém viria hoje.” O professor disse de repente, tirando de dentro da bolsa, que estava em cima da mesa, papéis coloridos como se fizesse uma mágica. “Então trouxe isso! Você sabe fazer origamis?”

“Não...” Respondeu, mordendo o lábio inferior e piscando.

“Você quer aprender? Por favor, diga que sim! Eu realmente não programei outra coisa.” Luhan riu, meio sem graça, e Yixing achou adorável o modo como ele o olhava, como se pedisse para não ser contestado.

“Eu adoraria.” O moreno respondeu finalmente, rindo de leve. Aceitou o papel vermelho que o professor lhe estendeu e o apoiou sobre a mesa, aguardando as primeiras instruções para tentar aprender alguma coisa. Era péssimo em artes manuais, mas não queria passar vergonha, por isso tentou se concentrar ao máximo no que Luhan explicava.

Às vezes, quando não entendia algum passo, o professor segurava suas mãos e o fazia amassar o papel da maneira certa, sempre paciente, com sua voz gostosa de ouvir e aquela calma que Yixing tanto gostava. Quando sentia qualquer contato físico por parte do mais velho, tinha vontade de sorrir ou cair em uma crise infantil de riso, mesmo que não entendesse muito bem o porquê de todas aquelas sensações. Sentia-se puramente e simplesmente feliz, como se pisasse em nuvens.

Passaram horas fazendo aqueles origamis e a mesa do professor já estava infestado deles. Entre risos, toques e palavras doces, Luhan o conquistou ainda mais. Era quase improvável, mas havia acontecido sem que pudesse fazer nada para impedir.

No fim, quando o final tocou e Yixing estava se preparando para ir embora, Luhan tocou seu braço e estendeu um pequeno unicórnio que fizera com um pedaço de papel branco.

“Ele é tão fofo quanto você. Não é um grande presente, mas...” Luhan coçou a nuca quando Yixing, maravilhado e com o coração batendo rápido, pegou o unicórnio de sua mão.

“É lindo! Obrigado.” Yixing riu, ajeitou a mochila no ombro e se aproximou do professor para beijar sua bochecha. Sentiu-se esquisito porque não era normal ter aquele tipo de contato com superiores, mas ao mesmo tempo foi bom sentir o cheiro do perfume sutil de Luhan. “Lindo como você.”


Com o rosto quente em embaraço, Yixing saiu da sala. Do lado de fora ainda estava chovendo, mas dentro dele havia raios de sol brilhando em todas as direções, fazendo-o sentir um calor confortável dentro de si. Com um riso e a convicção de que alguma coisa havia nascido entre aluno e professor, Yixing saiu na chuva, correndo com o unicórnio feito à mão seguro embaixo de sua camiseta.
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Christmas Angel, Notas Finais

Eu pensei sobre essas notas finais por muito tempo e tinha certeza absoluta que esse momento nunca ia chegar. Porque, em muitas das vezes, a minha única certeza era que Christmas Angel nunca ia ter um final, que ela sempre estaria aqui pra eu enfiar capítulos novos o tanto quanto eu quisesse. Mas daí eu cheguei ao final, depois de mais de um ano, e fiquei uns vinte minutos olhando pro nada sem saber exatamente como me despedir de vocês.
Primeiramente, quero agradecer a todo mundo que chegou até aqui, mesmo com as (decepções?) reviravoltas dessa história e eu peço, antecipadamente, desculpas à quem provavelmente me odeia por ter separado HunHan, mas, ao meu ver, era a coisa mais lógica a se fazer, no fim das contas. E nada tem a ver com o fato de eu ser TeamSekai em Christmas Angel. Só me pareceu mais correto e mais certo dessa maneira. Então obrigada mesmo por terem chegado até aqui e espero, apesar dos apesares, que vocês gostem desse final tanto quanto eu gostei. Acho que nunca escrevi uma fic em que me senti verdadeiramente contente com o final. Com Christmas Angel eu senti como se tivesse escrito algo que é motivo de orgulho. Não sei.
E, antes de mais nada, quero agradecer à Beta de Christmas Angel, que mais do que alguém que corrige a história, ela foi quem fez com que a fic fosse terminada. Ela deu a ideia chave de toda a história, a palavra certa: a loucura do Sehun. E, se Christmas Angel hoje tem um final, é por causa dela que me aguentou reclamando e que sempre leu antes de todo mundo e que praticamente me deu esse plot. Obrigada, Dora unnie, obrigada mesmo.
E também quero agradecer a vocês, todos vocês, que me mandaram reviews (e que eu li todos, absolutamente todos, e guardei cada um no coração), favoritaram ou só leram em silêncio, todas vocês me incentivaram. E também a quem comentou no twitter sobre a fic e a todo mundo que me mandou mentions e. Não vou citar nomes porque não quero acabar esquecendo alguém, mas vocês sabem quem são e eu sei quem vocês são. Então... Muito obrigada.
O Sehun encontrou a felicidade dele, finalmente. E desejo o mesmo para todas vocês.
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